INDICAÇÕES
DE LIVROS*
- LIVRO: Biologia, ciência única.
- AUTOR: Ernst Mayr.
- PUBLICAÇÃO ORIGINAL: Reino Unido (Cambridge University), 2004.
- EDITORA: Companhia das letras.
“Este é o 25º e último livro publicado durante a vida
de Ernst Mayr, tido por muitos como o maior biólogo do século XX. Lançado nos
Estados Unidos um mês depois do seu centésimo aniversário e seis antes de sua
morte, esta coletânea de ensaios revisita toda a obra deste que foi também um
espécime raro entre cientistas naturais, com envergadura e fôlego para tomar em
consideração o alcance cultural de seu campo de pesquisa.
Último Livro de Mayr |
Ornitólogo alemão que iniciou a carreira na Melanésia e depois se
transferiu para os Estados Unidos, Mayr foi antes de mais nada um
evolucionista. Ao lado de Theodosius Dobzhansky, George G. Simpson e Julian
Huxley, participou da Síntese Moderna, o aggiornamento
da teoria da evolução de Darwin e Wallace à luz da genética e da taxonomia das
oito últimas décadas.
Nesta
obra, Mayr mostra que, mesmo após o advento da biologia molecular, essa teoria
da evolução revisada apenas se fortaleceu, fornecendo os fundamentos de uma
ciência autônoma, independente do paradigma firmado pela física. Didaticamente,
o biólogo evolucionista ensina como a doutrina darwiniana contém na realidade
cinco teorias separadas: evolução propriamente dita, descendência comum de
todos os organismos, gradualismo, multiplicação das espécies e seleção natural.
Uma das mais polêmicas sempre foi a da descendência comum – nosso incômodo
parentesco com macacos e outros seres inferiores, em outras palavras. E que
demonstração mais cabal se pode dar disso, se não o fato de partilharmos todos,
das Bactérias ao Homo sapiens, uma
mesma molécula escritural da hereditariedade, o DNA?
O
“Darwin do século XX” fecha esta despedida com dois ensaios curtos e
sintomáticos, um sobre a origem da espécie humana e outro com um ataque
virulento contra a busca de inteligências extraterrestres. Um homem de seu
tempo, enfim, sem receio de encarar o passado e o futuro, por inóspitos e
solitários que se mostrem.”
Marcelo Leite – Jornalista científico e Doutor em
Ciências Sociais pela UNICAMP
02 – CONCEITO BIOLÓGICO DE ESPÉCIE (CBE): Espécies são grupos de populações naturais reais ou potencialmente intercruzantes, isoladas reprodutivamente de outros grupos similares. A ênfase dessa definição não está mais no grau de diferença morfológica, mas sim na relação genética. O CBE apresenta a grande vantagem de fornecer um padrão de medida que nos permite inferir quais populações no espaço e no tempo devem ser combinadas em um conjunto de populações reprodutivamente coeso e quais devem ser deixadas de fora. Tal conceito é inaplicável para organismos assexuados, que formam clones, e não populações.
Isso que você acabou de ler foi extraído das “orelhas”
do livro; é preciso dizer mais? De linguagem simples, apoiado por um glossário
e dividido em doze agradáveis capítulos, “Biologia, Ciência Única” deve constar
na biblioteca de todo evolucionista.
Mas para
manter o paradigma de excelência do blog, tenho que extrair uma temática
abordada no livro para divulgação e discussão. O problema é que o livro é tão
bom que realizar essa tarefa simples se tornou meu grande dilema do Natal de
2012 (apesar de ter lido esse livro no Natal de 2006). Vou optar pela árdua tentativa
de se reconhecer os diferentes CONCEITOS
DE ESPÉCIE, tópico abordado no Capítulo
10 – Um outro olhar sobre o problema da espécie.
[...] Uma raiz importante do problema da espécie é que
a palavra tem sido usada para duas entidades inteiramente diversas: para
conceitos de espécie (referente ao papel que uma espécie desempenha na
natureza) e para táxons de espécie (população de organismos intercruzantes). Conceito
de espécie e táxon de espécie são dois fenômenos inteiramente diferentes. O
problema da espécie surge quando um autor confunde os dois fenômenos.
Analisemos com maior detalhe, portanto, os vários conceitos de “espécie”.
01 –
CONCEITO TIPOLÓGICO DE ESPÉCIE: Uma
espécie é distinguível de outra por diferenças intrínsecas em sua morfologia.
Reconhecer uma espécie pelo grau de sua variação fenotípica é consequência da
influência de Platão, Aristóteles e até Lineu, que era fortemente influenciado
pelo dogma cristão de que a variedade da natureza viva consistia em
descendentes do casal de cada gênero criado por Deus no início de tudo. Dentro
desse contexto, a palavra “espécie” transmite a ideia de uma classe de objetos
cujos membros partilham certas propriedades definidoras (podendo ser aplicado a
cadeiras, livros, planetas, seres vivos). Sua descrição distingue determinada
espécie de todas as outras. Essa classe é constante, não muda ao longo do
tempo, e todos os desvios diante da descrição da classe são meros acidentes –
isto é, manifestações imperfeitas de sua essência. Com o passar do tempo, surgiram fragilidades
no conceito tipológico. Com frequência cada vez maior eram encontradas espécies
na natureza que continham numerosas características fenéticas intraespecíficas
notavelmente diferentes – isto é, diferenças causadas pelo dimorfismo sexual,
idade, estação ou pela simples variabilidade genética – e que eram tão diversas
umas das outras que os membros de uma mesma população às vezes diferiam de
maneira mais chocante entre si do que verdadeiras espécies reconhecidas por
todos.
02 – CONCEITO BIOLÓGICO DE ESPÉCIE (CBE): Espécies são grupos de populações naturais reais ou potencialmente intercruzantes, isoladas reprodutivamente de outros grupos similares. A ênfase dessa definição não está mais no grau de diferença morfológica, mas sim na relação genética. O CBE apresenta a grande vantagem de fornecer um padrão de medida que nos permite inferir quais populações no espaço e no tempo devem ser combinadas em um conjunto de populações reprodutivamente coeso e quais devem ser deixadas de fora. Tal conceito é inaplicável para organismos assexuados, que formam clones, e não populações.
03 – CONCEITO ECOLÓGICO DE ESPÉCIE: Uma espécie é uma linhagem que ocupa uma
zona adaptativa minimamente diferente de qualquer outra linhagem em sua
distribuição e que evolui separadamente de todas as outras linhagens fora desta
distribuição. Esse conceito baseado na ocupação de um nicho por uma espécie,
não é operacional por duas razões; primeiro que duas populações locais podem
diferir em sua ocupação de nicho e segundo, é possível que duas espécies
simpátricas ocupem o mesmíssimo nicho, em conflito com a regra de Gause. [...]
Afinal o que é uma espécie? A resposta desta pergunta
aparentemente simples influencia toda a nossa compreensão da diversidade
biológica. Sendo um produto da evolução gerando diversidade via o processo de
especiação, a resposta a ela também se encontra na base de como ordenamos e
classificamos a diversidade biológica. Em outras palavras, um processo contínuo
de diversificação (evolução) produz descontinuidades na natureza a qual
chamamos de espécies. No entanto, o que parece uma questão simples, “O que é
uma espécie?”, na verdade se revelou como uma das questões mais complicadas e
debatidas dentro da biologia ao longo do século 20. Muito papel foi gasto na
história da biologia para responder a esta simples pergunta.
Todos os conceitos de espécies discutidos por Mayr acima
são simplificações e aproximações a uma história que ainda está acontecendo,
sendo assim baseados em julgamentos de valor sobre as descontinuidades
observadas na natureza, descontinuidades estas que podem ou não ser
definitivas.
*Biólogo,
especialista em Genética & Evolução pela UFPI.
Espécie é o conjunto de seres vivos com várias características comuns na sua estrutura...
ResponderExcluirAté mais prof. =]
Pois é Adrya, acho que agora vc percebe o quanto é complexo um conceito universal sobre "Espécie".
ExcluirTio Lyndon.
Maria Ione L. Alves, muito bom!
ResponderExcluirIone explore o blog por completo pois ele tem muita coisa interessante.
ExcluirJosé Soares do Nascimento Neto
ResponderExcluirLuciano Feijão-1º Ano 'A'
muito bom prof. lyndon vou sempre olhar esse blog para saber mais. Leonardo Davi 1 ano "A"
ResponderExcluirSalve Léo! Mantenha o hábito rotineiro da leitura para melhorar as conexões do conhecimento.
ExcluirParabéns Professor! Gostei muito do blog tem muitas coisas interessantes que nos ajudam a despertar nosso conhecimento.
ResponderExcluirOi Giovana! Pretendo ampliar mais ainda o blog o problema é que o tempo livre para as postagens está muito curto.
ExcluirAdorei o blog professor...ajudou bastante no que a gente ta estudando no colégio.
ResponderExcluirGabriela Pessoa Ponte
1ºano "A"
Colégio Luciano Feijão
Marina Carneiro Sanford, adorei o blog prof, ate amanha bjo (:
ResponderExcluirMarina Carneiro Sanford, muito bom professor...
ResponderExcluirGosto muito de suas aulas, melhor professor q temos.
ResponderExcluirObrigado. Espero que vc esteja realmente aprendendo coisas novas.
ExcluirUm abraço!Professor Lyndon Johnson.
“O que é uma espécie?”, na verdade se revelou como uma das questões mais complicadas e debatidas dentro da biologia ao longo do século 20. Verdade Super complexo! Gostei prof: Lyndon.
ResponderExcluirGeórgia Andrade , 1° "A"!Parabéns pelo blog professor
ResponderExcluirGabrielly A. Pontes
ResponderExcluirGostei muito do blog professor.
Isabele Linhares, 1° ano "A".
ResponderExcluirCuuurti demais !
A partir deste texto deu para comprovar o que foi explicado em sala. ''Espécies são individuos semelhantes, potencialmente intercruzantes em condições naturais capazes de gerar decendentes férteis.'' Ou seja, uma espécie só terá o poder de gerar um descendente fértil se os individuos que cruzarem pertencerem a mesma, caso contrário seu descendente nasce estéril ou nem mesmo tem a possibilidade de nascer. Parabéns pelo blog, professor! :) Isabel, 1° ano A
ResponderExcluirÉ isso mesmo Isabel - a ideia é essa!
ExcluirBjos!
Tio Lyndon Johnson.
Gostei bastante do blog, deu pra aprender várias coisas.
ResponderExcluir- Abraço, João Paulo!
1"A"
Inefável, papai.
ResponderExcluirCai pra cima soldado!!!!!
ExcluirBjos!!!
Inefável, papai.
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